domingo, 30 de setembro de 2007

Fernando Pessoa


"... Procure os seus caminhos,

mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!

Não se acostume com o que não o faz feliz,

revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças,

mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!

Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-a.

Se perder um amor, não se perca!

Se o achar, segure-o!"


(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Talvez valha mesmo a pena...


Mas, passou agora... preciso acreditar que pelo menos vai passar

Respiro fundo e tento colocar a cabeça no lugar,

Agora meus pensamentos começam a ficar claros,

Não existem nuvens, nem tempestades,

As vozes finalmente estão ficando distantes,

Aquilo que me atormentava... me matava aos poucos...

Me fazia enlouquecer, está controlado...

Ela ainda está lá, mas agora quem manda sou eu.

Está tudo em minha mente, não preciso mais temer,

Posso agora fechar meus olhos sem desespero,

Posso desejar viver... posso desejar dormir,

Estou finalmente me encontrando,

Há um lugar longe de dor e da loucura.



(Karina Pereira Florêncio)

Vale a pena?


O mundo nunca foi o que esperei,
Mas, sempre havia alguém para dizer que valia a pena,
Que existia um caminho, uma luz...
O mundo através dos meus olhos é triste,
Não existe inocência, não existe paz,
Me falta sentir a leveza das coisas,

Rir de mim e dos outros, um pouquinho ao menos,
Deixar essa dureza de lado.
Tentar viver de novo de verdade, é muito difícil,

A vontade de desistir vem a todo momento.
O tempo não volta... infelizmente, ou talvez felizmente...
Não podemos “apagar” certas partes da vida e "reescrever".
E talvez, valha realmente a pena.





(Karina Pereira Florêncio)

domingo, 16 de setembro de 2007

A intrusa...

Ela chega, sem aviso...
E de repente começa a tomar conta,
Expulsa a tua paz e instala o desespero,
Te faz perder o controle,
O controle de você mesmo... das situações...
Os olhares alheios começam a ficar diferentes,
Tudo isso em resposta ao teu olhar vazio.
Os tormentos saem da escuridão e vem a luz...
Você tenta de todas as formas expulsá-la,
Mas ela se recusa a ir embora,
E toma conta cada vez mais de você...
Tudo isso em silêncio.
Você vai se perdendo de si mesmo,
Perdendo as forças... se entregando...
O espelho reflete alguém desconhecido...
Com aspecto medonho, para muitos...
Você começa uma busca incessante de...
Sei lá o quê... algo que traga de volta a paz.
A música, os livros, os passeios, os amigos, as risadas...
Tudo perde o sentido... tudo se cala e perde a cor.
Agora só existem duas saídas:
Ou você deixa que ela se apodere de tudo de uma vez,
Ou briga com ela, e a expulsa logo...
Antes que seja tarde de mais.
As duas saídas são extremamente dolorosas...
Mas, a escolha deve ser feita...
Caso contrário ela faz a escolha por você...

(Karina Pereira Florêncio)

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Paciência - Lenine


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder? E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder? E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára!...
A vida é tão rara!...

Interrogações

Somos corpos que perambulam,
Por vezes, somos interrogações ambulantes,
Constantemente questionando... perguntando... discutindo... interrogando...
Por que este corpo... obrigado a ter certas sensações?
Por que esta mente... obrigada a ter certos pensamentos?
Por que os dois vivem em desacordo?
Por que é tão difícil?
Mas, estas perguntas sem repostas ficam de lado... às vezes.
Algumas coisas são mistérios...
E sabe-se lá quando vamos descobrir as respostas...
Se é que existem realmente.
Para alguns: destino... para outros: sina... quem sabe ao certo?
Será que seria melhor se fossemos todos alienados?
Ou este “inferno” é melhor que a alienação?
Por esta razão somos mortais, e não eternos,
Ou pelo menos, achamos que um dia experimentaremos a “paz”,
Senão, seríamos eternos loucos que perambulam pela vida...
Em uma busca constante de "paz".



(Karina Pereira Florêncio)

domingo, 2 de setembro de 2007

Desabafo...

Como já diz uma frase conhecida: "A memória é uma ilha de edição, câmara de ecos."

É muito triste ver para onde estamos caminhando... toda a humanidade... sem ser hipócrita: a raça humana é a pior de todas as raças... vivemos em um mundo, que tem de um lado: ladrões, estupradores, assassinos, mentirosos... e de outro lado: miseráveis, doentes, ignorantes, perdidos...
Ao invés de aprendermos com tantos erros, tragédias e sofrimentos patinamos no mesmo lugar... fazemos as mesmas coisas, os mesmos erro... esquecemos muito fácil das coisas...
Perdemos tanto tempo com tantas banalidades e porcarias... e ainda nos achamos no direito de julgar a outra pessoa e falar mal. Parece que ninguém tem espelhos...
Todo mundo quer ter razão, quer tirar proveito das situações e das pessoas ..... todo mundo quer debater, mas ninguém sabe de nada... ninguém entende nada... somos uns alienados.
Quem nunca chegou ao desespero em diversas situações, quem sempre esteve acomodado, confortável, saudável, despreocupados não tem o direito de julgar os atos de ninguém....


(Karina Pereira Florêncio)

Verbos

Sumir...
Virar cinzas em pleno ar,
O vazio precisa ser preenchido,
Ou, pelo menos, entendido,
Para que não se torne mortal.
Existir...
Existir é muito fácil,
Mas viver... o problemas está aí, não existem manuais,
Manuais para explicar o vazio, o desespero...
Como deixa-los longe, ou ao menos suportáveis?
Sentir...
Deveria haver um botão “liga”, “desliga”,
Acabar, assim, com aquilo que não se consegue parar conscientemente,
Sentimentos misturados... perdidos no turbilhão,
É difícil nomear tudo isso.
Viver...
É complicado deixar de lado alguns modelos mentais,
Modelos disfuncionais, que só faz tornar o viver difícil,
Mas, é importante aprender a entender esses modelos,
E começar a fazê-los ter sentido... uma vida com sentido.
Acreditar...
Ter fé, acreditar... um grande mistério,
É perigoso, muito perigoso,
Tanto o exagero,
Quanto à falta.
Pensar...
Sumir, existir, sentir, viver, acreditar...
E tantos outros verbos, com tantos significados,
Que fazem parte da existência do ser,
E que dão, ou pelo menos deveriam dar, sentido a esta existência.
Morrer...
Provoca tanto medo em tantos,
Mas, é um processo, mais um deles,
Morrer não é o problema, pois é inevitável,

Mas, deixar de viver...em vida... é que é o problema.

(Karina Pereira Florêncio)